Lidia Tomás / 4 de Novembro de 2025

Organ on a chip: o potencial desta tecnologia nos setores alimentar, cosmético e farmacêutico

Sabias que já é possível estudar órgãos humanos dentro de microchips? Esta tecnologia inovadora, conhecida como organ on a chip, está a revolucionar a forma como investigamos a resposta do corpo humano a substâncias químicas, ingredientes alimentares, fármacos e produtos cosméticos.  Trata-se de dispositivos microfluídicos do tamanho de uma pen USB, que reproduzem de forma realista as funções fisiológicas de órgãos humanos — como o intestino, o fígado ou a pele — utilizando culturas de células vivas. 

Organ on a chip: potencial e aplicações 

Um fígado em chip que permite estudar o metabolismo de medicamentos sem recorrer a ensaios em humanos; um cérebro em chip que possibilita testar fármacos para doenças neurológicas sem afetar pacientes; ou um rim em chip, que está a transformar a investigação em toxicidade renal ao reproduzir de forma fiel os processos de filtração, reabsorção e excreção.  Estes são apenas alguns exemplos do enorme potencial da tecnologia organ on a chip como ferramenta avançada para a investigação biomédica.  Mas o seu impacto vai muito além da área médica. Ao simular com precisão as funções dos órgãos humanos, os sistemas organ on a chip permitem avaliar a segurança, a eficácia e a funcionalidade de compostos em vários setores industriais, tornando possível realizar estudos mais preditivos e sem necessidade de utilizar animais. 

Aplicações do organ on a chip na alimentação: bioacessibilidade, metabolismo e microbiota 

No setor alimentar, os modelos de intestino em chip permitem simular o processo digestivo e a absorção de nutrientes ou ingredientes funcionais ao longo do trato gastrointestinal. Estes modelos são essenciais para: 
  • Estudar a biodisponibilidade de compostos bioativos, como polifenóis, probióticos, vitaminas ou péptidos. 
  • Analisar a interação com o microbiota intestinal em condições dinâmicas e controladas. 
  • Avaliar o potencial inflamatório ou imunomodulador de novos ingredientes. 
Baseados em metodologias dinâmicas in vitro e alinhados com os princípios da tecnologia organ on a chip, estes sistemas reproduzem com elevada fidelidade as funções do sistema gastrointestinal humano. São uma alternativa eficaz aos ensaios em humanos ou animais, com alta reprodutibilidade e relevância fisiológica,ideais para validar alimentos funcionais, nutracêuticos e suplementos inovadores.  microscopio investigacion organos en chip

Aplicações do organ on a chip na cosmética: sustentabilidade, segurança dérmica e eficácia de princípios ativos 

Na indústria cosmética, a tecnologia organ on a chip representa uma ferramenta revolucionária para avaliar a toxicidade cutânea, a eficácia de princípios ativos e a interação com a pele humana, sem recurso à experimentação animal.  Os modelos de pele em chip reproduzem as principais camadas e funções da pele, incluindo a barreira epidérmica, o sistema imunitário local e a vascularização. Graças a estes sistemas, é possível: 
  • Avaliar a irritação ou sensibilização cutânea de novas formulações. 
  • Estudar a penetração transdérmica e o comportamento de nanomateriais ou ingredientes encapsulados. 
  • Medir em tempo real a eficácia de princípios ativos, como antioxidantes, péptidos ou filtros solares, em condições fisiológicas simuladas. 
Estes métodos estão alinhados com a crescente procura de alternativas éticas e sustentáveis na I&D cosmética e cumprem os requisitos regulamentares europeus. 

Aplicações do organ on a chip na farmacêutica: desenvolvimento mais ágil e medicina personalizada 

Os sistemas organ on a chip estão a transformar a forma como se desenvolvem novos medicamentos. Estes dispositivos microfluídicos conseguem simular funções fisiológicas humanas complexas — como a circulação sanguínea, o metabolismo hepático ou a barreira hematoencefálica — em ambientes controlados e reprodutíveis.  Graças a esta tecnologia, é possível: 
  • Avaliar a farmacocinética e a farmacodinâmica de compostos nas fases iniciais de desenvolvimento. 
  • Estudar a toxicidade hepática, renal ou cardíaca com maior precisão do que em modelos animais. 
  • Realizar ensaios de eficácia em condições patológicas simuladas (como modelos de fígado gordo ou intestino inflamado). 
  • Avançar para a medicina personalizada, utilizando células derivadas de pacientes para prever respostas individuais a tratamentos. 
Esta abordagem não só acelera o desenvolvimento e reduz custos, como também melhora a capacidade de prever efeitos em humanos — um fator essencial para aumentar o sucesso dos ensaios clínicos.  A tecnologia organ on a chip, em conjunto com outras abordagens in vitro como os ensaios de biodisponibilidade e bioacessibilidade, está a impulsionar uma inovação mais segura, eficiente e alinhada com as exigências regulamentares e as expectativas dos consumidores.  Estas soluções representam uma nova era de investigação sustentável e cientificamente rigorosa nos setores alimentar, cosmético e farmacêutico.

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Lidia Tomás
Soy Lidia Tomás, responsable del equipo de Estudios Preclínicos con modelos in vitro en AINIA, donde trabajo desde 2005 liderando proyectos de investigación orientados a la evaluación de ingredientes funcionales, nutracéuticos y cosméticos. Mi especialidad se centra en el desarrollo de modelos avanzados que simulan el tracto gastrointestinal y la fermentación colónica, así como órganos diana mediante técnicas como cultivo celular, bioimpresión 3D y órganos-on-chip. Doctora en Bioquímica y Biología Molecular por la Universitat de València, combino una sólida formación científica con experiencia en gestión y transferencia tecnológica. Colaboro con empresas de los sectores alimentario, cosmético y nutracéutico para impulsar soluciones innovadoras basadas en evidencia científica. He participado en proyectos nacionales e internacionales como PHARMANOVA, MEAT4FUTURE y PATHWAY-27, y soy miembro activo de redes como INFOGEST, INFOGUT y Food4Life. Además, imparto formación especializada en congresos y jornadas sectoriales, contribuyendo a la divulgación científica y al avance de la investigación aplicada.

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