Cristina Peralta / 16 de Setembro de 2025

Química verde princípios: Em que consistem 

Embora a química desempenhe um papel fundamental em inúmeros setores da nossa sociedade, não se pode ignorar que certos compostos químicos têm um impacto ambiental significativo. Longe de colocar em causa a importância e os avanços que a química trouxe para o nosso bem-estar, é tempo de apostar numa mudança de abordagem, adotando soluções mais responsáveis e sustentáveis. Neste contexto, os 12 princípios da química verde surgem como um guia essencial para promover processos mais seguros, eficientes e ambientalmente responsáveis. 

O que é a química verde? 

A química verde é uma abordagem inovadora dentro da ciência química que visa conceber produtos e processos que reduzam ou eliminem a utilização e a geração de substâncias perigosas para o ambiente e para a saúde humana.  O seu objetivo é claro: minimizar o impacto ambiental dos processos químicos, reduzir a geração de resíduos e promover o uso de matérias-primas seguras e renováveis.  Aplicáveis a múltiplos setores como a alimentação, a cosmética, a agricultura ou a indústria química, os princípios da química verde são a base para o desenvolvimento de tecnologias mais limpas, contribuindo para a transição para uma economia circular e de baixo carbono. 

Modern laboratory with glassware filled with green liquid, including beakers, test tubes, and Erlenmeyer flasks, surrounded by fresh plants. The image represents research in green chemistry and sustainable science."

Os 12 princípios da química verde 

Os 12 princípios da química verde, formulados por Paul Anastas e John Warner, servem como orientação para conceber processos e produtos mais seguros para o meio ambiente. Estes princípios promovem a eficiência, a segurança e a sustentabilidade, procurando reduzir ou eliminar o uso e a geração de substâncias perigosas desde a fase inicial do desenvolvimento. 
  1. Prevenção: Evitar a geração de resíduos é melhor do que tratá-los ou eliminá-los posteriormente. 
  2. Economia atómica: Maximizar a incorporação de todas as matérias-primas no produto final. 
  3. Síntese menos perigosa: Utilizar métodos que gerem compostos com menor toxicidade. 
  4. Desenho de produtos seguros: Desenvolver produtos que cumpram a sua função com a menor toxicidade possível. 
  5. Solventes e auxiliares mais seguros: Reduzir ou eliminar o uso de solventes perigosos. 
  6. Eficiência energética: Desenvolver processos que exijam o mínimo de energia possível. 
  7. Uso de matérias-primas renováveis: Priorizar recursos renováveis em detrimento dos fósseis. 
  8. Redução de derivados: Minimizar o uso de etapas de proteção e desproteção em reações químicas. 
  9. Catálise: Preferir o uso de catalisadores seletivos em vez de reagentes estequiométricos. 
  10. Desenho para a degradação: Criar produtos que se decomponham em substâncias inofensivas após o uso. 
  11. Análise em tempo real para prevenção da poluição: Desenvolver métodos de controlo imediatos para evitar a presença de microcontaminantes. 
  12. Segurança na prevenção de acidentes: Minimizar riscos de explosões, incêndios ou emissões perigosas. 
Estes princípios são particularmente relevantes em áreas onde a presença de microcontaminantes representa um desafio, como no tratamento de águas ou na produção agrícola, uma vez que permitem repensar processos para reduzir a geração de resíduos e emissões perigosas. 

os 12 principios da quimica verde

Química verde e desenvolvimento sustentável: Produtos mais puros, processos mais limpos 

A química verde e o desenvolvimento sustentável não procuram apenas reduzir o impacto ambiental, mas também melhorar a pureza e qualidade dos produtos finais. Ao conceber processos mais limpos, eliminam-se impurezas e subprodutos indesejados, resultando em ingredientes mais seguros e eficazes — especialmente nos setores alimentar, cosmético e farmacêutico.  Um dos aspetos-chave é a obtenção de produtos com elevada pureza, minimizando a formação de contaminantes ao longo do processo. Isto é particularmente importante no desenvolvimento de compostos bioativos, aditivos alimentares, aromas ou ingredientes funcionais.  Além disso, esta abordagem contribui diretamente para a redução da geração de microcontaminantes nos processos industriais, ao evitar o uso de compostos tóxicos ou não biodegradáveis que possam acabar no solo ou em recursos hídricos. 

Tecnologias alinhadas com os princípios da química verde 

Existem várias tecnologias que aplicam diretamente os princípios da química verde para criar processos mais sustentáveis e seguros.  Uma delas é a microencapsulação, uma técnica que permite proteger ingredientes ativos, controlar a sua libertação e melhorar a estabilidade de produtos alimentares, cosméticos e agrícolas. Esta tecnologia ajuda a reduzir a necessidade de aditivos e conservantes artificiais, além de diminuir o impacto ambiental dos ingredientes.  Outra tecnologia de destaque é a extração com CO₂ supercrítico, que utiliza dióxido de carbono em estado supercrítico como solvente natural, eliminando a necessidade de solventes orgânicos perigosos. Este método é altamente eficaz na obtenção de extratos vegetais, óleos essenciais ou compostos bioativos de elevada pureza, cumprindo os princípios da eficiência energética e do uso de matérias-primas renováveis.  Estas soluções tecnológicas permitem avançar para uma produção mais limpa, segura e sustentável, reduzindo a presença de microcontaminantes e reforçando a aplicação prática da química verde e princípios sustentáveis na indústria. 
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Cristina Peralta

Especialista en comunicación digital tecnológica. Mi labor en AINIA consiste en impulsar la proyección internacional y reforzar la competitividad de las empresas, conectándolas con tecnologías de I+D que les ayudan a posicionarse como lideres en innovación. Me motiva especialmente formar parte de proyectos con gran relevancias científico-tecnológica y entender los retos reales de la industria.

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